terça-feira, novembro 21, 2006

O teu corpo arde, labaredas em festa.


Foto de Sandra Brito

O teu corpo arde, labaredas em festa,
Em cada afago soltam-se centelhas mil,
E junto ao teu fogo, deliro já febril,
Entrando de rompante, o Ser que resta,

Não quero saber de jogos de sedução,
Descontroladamente a situação inverte,
De escravo a mestre, sem educação,
Tua chama se inflama, e isso me diverte.

E em cada labareda que me trespasse,
São sinais que fogem mil mensageiros,
Anunciando-me momentos derradeiros,
Onde farás a entrega do teu disfarce.

Nesses mistérios, suados pelo querer,
Num refúgio em chamas, queimam de prazer.

quarta-feira, novembro 08, 2006

Toca infinitamente, que desgosto.


Foto de Carla

Toca infinitamente, que desgosto,
Perdem-se as palavras sussurrantes,
Impõe-se o silêncio a dois amantes,
Fica o sentimento d'amor sem rosto.

Faz tempo que não te falo meu Amor,
E no fim da linha fica a perdição,
E a droga que me deixa sem temor,
Sabes, por ti sou louco de paixão.

E no fim dessa linha agora perdida,
Fica a mão suspensa no mudo telefone,
Algemada pelo tempo, abrindo a ferida,
E com a tua ausência aumenta a fome.

Aumenta o sentimento sem sentido,
O beijo sem gosto, o prazer perdido.

domingo, outubro 29, 2006

Num momento de existência temperada.

Foto de Jana Vieras

Num momento de existência temperada,
Não mais consigo ficar em parte certa,
E nesta louca ânsia que me é incerta,
Procuro em ti a derradeira pousada.

Algo, que me enraíze intensamente,
E num quadro de loucura pincelada,
Que transformando-me tão de repente,
Como a chuva, ao molhar árida camada.

Transformar a fome e a sede em raízes,
Neste terreno baldio por construir,
Transformando dois réus em juízes,
Sem dor, só o vermelho amor a fluir.

E nessa doçura inefável do teu corpo,
Todo o meu ser, encontrar novo sopro.

sábado, outubro 21, 2006

A marcha do tempo


Foto de Rui Matos

Tic Tac, som do tempo passando,
e na inocência de sua cadência,
apena deixa, rastos de ausência.
são os rastos de Tic Tac voando.

Em frente vai, sem um tic incerto,
e quem parar, ouve um tac aberto,
no tic seguinte, perde o instante,
do tac passado, que infernizante.

Mas passa o tempo, também o desejo,
ouve-se o tic tac, já não é amado,
entristecido estou, um tic bocejo,
e um tac liberto, bem alucinado.

Com tempo a terra cobre tudo de graça,
percorre os vivos e os mortos abraça.

terça-feira, outubro 17, 2006

Como deixar de fumar?


Foto de Hugo

A tua silhueta na penumbra desenho,
Refugio-me no interior de lembranças,
A fútil segurança com que me empenho
De manter vivas falsas esperanças.

Esperança, bengala psi dos crentes,
Mente-nos descaradamente sem cessar,
Mente-nos mostrando todos os dentes,
E o parco tempo rouba-nos sem parar.

Fica manchada toda a minha existência,
Na sexual danação que tivemos os dois.
Por ter errado assim na persistência,
Fique o sonho extinto sem alucinações.

Como se pode salvar de um crasso erro?
Salvamo-nos passando pelo seu enterro.

segunda-feira, setembro 25, 2006

Duas bocas, estão loucas, e tremem.


Foto de Miguel Moniz

Duas bocas, estão loucas, e tremem,
As doces línguas, são moucas e gemem,
Não fogem, mas invadem, como selvagens,
Outras bocas e línguas, outras margens.

Tocam, estão nuas, sempre nuas, as duas,
Estão vivas, são dunas, são meias luas,
Independentes, impacientes, são carentes,
Protestam, atacam, mordem os presentes.

E dançam e nadam e suam, insatisfeitas,
Navegam corpos nos rios por si feitas,
Ateiam fogos, em corpos já ensopados,
E seus beijos são poemas declamados.

Poemas em versos de rosas perfumados,
Rimando nas línguas, de dois achados.

domingo, setembro 24, 2006

O aborrecimento desta vida...


Foto de Maria Flores

Um terço da vida, é na cama cumprido,
Nem sempre gozando. É mais, dormindo.
O sono alimenta os momentos sagrados,
Os dois terços de vida mais agitados.

Outro terço gasto, resulta na labuta,
Voluntariamente, por amor ou à bruta,
Labuta o rico, o pobre e o ignorante,
É chato, é refúgio, e é gratificante.

Um terço resta, e quando bem ocupada,
Vida com graça, bela e despreocupada,
Mas o oposto transforma-se em torpor,
É tédio, estagnação, torna-se horror.

Os terços da vida, nesta gente ficou,
Desta imensa escravidão, nada deixou.

quinta-feira, setembro 21, 2006

Grito de dor por me achar metade.


Foto de Carlos Pereira

Grito de dor por me achar metade,
E da perda morre-se-me os sentidos,
D'amor, confiança, até a saudade,
Se perde na companhia dos vencidos.

Não mais carrego em luz a idade,
Mas o fardo que vai escurecendo.
Jaz já metade de minha claridade,
O tempo, o que resta vai comendo.

Zarolho que sou, não mais acerto,
Nem um sopro dessa meia, nem ais,
Tão pouco essa sombra esquecida.

Música minha, vida em desconcerto!
O que me cantas quando assim olhais?
Roubas-me a alma matando-me a vida.

domingo, setembro 17, 2006

Loucura


Foto de Iksodas

Não passa de um fato, a loucura,
Que vestido ou não, por momentos,
Liberta o demónio nessa escura,
Planície da solidão de tormentos.

Mas existe a boa e a má loucura,
Uma cresce nas entranhas aos poucos,
A boa traz a felicidade e a cura,
E na confusão a má deixa-nos loucos.

Mas como não trocar os pensamentos,
Se quem nesse fato emprestado mora,
Não sabe se despir desses momentos,
Ou ri da dor ou grita porque namora.

E se sair por aí, montado na loucura,
E se me olharam de um jeito estranho,
Pensarei - Tanta gente de cabeça dura,
E eles - Mais uma ovelha pró rebanho.

Não quero saber então se enlouqueci,
Nem quero saber mais da normalidade,
Basta-me saber que te tenho só a ti,
Para mim tudo mais, mera futilidade.

sexta-feira, setembro 15, 2006

O beijo de fome não mata nem abarca.


Foto de Andy Metal

O beijo de fome não mata nem abarca,
Quando olho para essa louca boca,
Para o desejo que em mim me cerca,
Sinto que a minha boca é pouca.

Beijá-los, não seria boa cura,
Não saciaria a sede de vida,
Esses lábios, fonte de loucura,
Saboreá-los, era ser suicida.

Se os beijar, estarei eu febril?
Para a fome saciar serei gentil?
Não creio que assim haja alguém.

Se esses lábios os meus, beijar,
Haverá alguém para os separar?
Nesta vida...não haveria ninguém.

terça-feira, setembro 12, 2006

Descansa agora, dos momentos acontecidos.


Foto de Andy Metal

Assim me deixou, assim me encontrou,
Sentado à frente do écran, teclando,
Arreliada fica, por estar trabalhando,
Roubar-lhe o tempo, que alguém roubou.

Vem vigorosa, pretendendo cavalgar-me,
A ficha arranca, não me dá alternativa,
A cadeira roda, para poder amar-me,
Imobilizado fico, à sua mercê, sem saída.

Desaparecendo entre papudos beicinhos,
Sinto-me sugado por tantos miminhos
Morrendo de prazer entre mil gemidos

Nada mais posso fazer, apenas explodir.
Vaga agora a fome que veio sem pedir,
Descansa agora, dos momentos acontecidos.

domingo, setembro 10, 2006

De morrer há-de haver melhor forma.


Foto de Miguel Delgado e Silva

Estou que nem posso, com certeza,
Nem nada me prende, nem grandeza,
Neste mundo tudo sempre me cansa,
Um enfastiar, mesmo na lembrança.

E nesta segurança sendo duvidosa,
Que a aliança da vida é vaidosa,
Num lanço em espiral me lanço,
Falta a sorte, que foge ao tanso.

Que cansado da vida deambulava,
Mas por tanso ser se encontrava
No princípio do fim do meu lanço
Sustendo o peso do meu balanço.

Longos os momentos a que sujeito,
O sujeito que estragou o meu feito,
Mas o cansaço assim me conforma,
De morrer há-de haver melhor forma.

sábado, setembro 09, 2006

De que vale ter e não sentir.


Foto de Miguel Delgado e Silva

De que vale ter e não sentir,
É como da desgraça apenas rir,
É ser um eterno insatisfeito,
E direito, o gozo sem efeito.

Como olhos que olham o escuro,
Sem passado presente e futuro,
Ter o sol e não ter sua sombra,
Querer no escuro ver a penumbra.

É ter os pulmões gritando por ar,
E estar presente no fundo do mar,
Viver em guerra estando em paz,
Sem esperança nem o que isso traz.

É ter um aperto e não ter peito,
É viver, sempre sempre desfeito.
É como viver no desinteresse,
Como se mistérios não houvesse.

sexta-feira, setembro 08, 2006

Navegando contigo...


Foto de Alba Luna

Em meus sonhos, a distância do mar,
É a ponte que me une a ti, presente,
No despertar a luz é o abraço de ar,
Que faz que nunca estejas ausente.

Sinto em festa, a brisa marítima,
Na qual iço belas velas amigas,
Navego em sentimentos de estima,
Em bússolas de belas cantigas.

Nem sei porque agora tal me ocorre
Se algum dia a nossa amizade morre,
Era embarcar na viagem apenas d'ida.

Mas sonho e sonho, e eu tudo vejo,
Não memórias que venham de lampejo,
Mas caravelas da tua amizade querida.

quinta-feira, setembro 07, 2006

Bela sensação, os corpos roçando.


Foto de Joris van Daele

Bela sensação, os corpos roçando,
Seja por baixo, ou seja de lado,
É palpitante, corpos nus abanando,
Ardentes d'amor num atrito delicado.

As coxas entrelaçadas observando,
Braços errantes, mãos endiabradas,
Em prazeres lascivos buscando,
na boca, línguas que são espadas.

E nas mil delícias sempre ardentes,
Os corpos roçam-se como serpentes,
Serpenteando de forma misteriosa.

Por momentos esquecem o fracasso,
E enterram a frustração no abraço,
Roçando pela noite voluptuosa.

quarta-feira, setembro 06, 2006

Quando a noite cai - III


Foto de ( Autor desconhecido)

Minha amiga eterna, cor de ébano,
Vem de novo e afasta o sol tirano,
Traz a cândida brisa aveludada
Refresca-me por toda a madrugada.

O cosmos cintila de forma notável,
E a Via Láctea brilha insuperável,
As cidades imitam-te na alegria,
Suas belas luzes na noite irradia.

De ciúmes, a Lua, as costas virou,
Rodou, rodou, não mais me sorria,
Deixou-me tornando-se invisível.

Talvez por estar sofrendo não ficou,
E na espera, a noite de novo dia;
Esperarei por ela, se for possível.

terça-feira, setembro 05, 2006

Quando a noite cai - II


Foto de Oscar Lozoya

Desventurados aqueles que vagueiam
Sem lar, tendo estrelas como tecto,
Esmola escassa, que tanto anseiam,
Não é dinheiro, buscam sim afecto.

A sombra da noite cobre-lhes a alma,
Esconde mil tormentos, indiferentes
Os transeuntes que com toda a calma,
Fingem que seres não estão presentes.

E nesta guerra nocturna, Olhos vagos,
Perscrutam o horizonte, mas perdidos,
Por não mais acharem o simples afago,
Que outrora lhes animava os sentidos.

Quando a noite cai, neste desgosto,
Têm por momentos lágrimas no rosto.

segunda-feira, setembro 04, 2006

Quando a noite cai - I


Foto de Oscar Lozoya

Para muitos a noite é madrinha,
E a penumbra desejos enfeitiça,
Os amantes esconde e acarinha,
Desejo que o próprio sol cobiça.

Para outros a noite é madrasta,
Receio da sombra faz-nos refém,
O mal que ronda e nos arrasta,
Leva-nos por vezes para o além.

A noite tão cândida e meretriz,
Breve, quente, penosa, depende
Do palco, do actor ou da actriz,

Para uns revela-se a mão sombria,
Para outros será um véu ardente,
A noite tudo será sem demagogia.

quarta-feira, agosto 30, 2006

Fogo sinto em mim, são labaredas


Foto de Lany Costa


Fogo sinto em mim, são labaredas,
Que gretam a minha língua e boca,
Preciso de ti agora, minha louca,
Afogar-me em ti, que me embebedas.

És o meu afrodisíaco intemporal,
A minha musa, és o meu império,
Feliz quando penetro o teu mistério,
De brando viro logo em temporal.

Vem amor, que me encontro a arder,
Deixa-me tactear os teus contornos,
Deleitar-me nos teus seios mornos,
E desse prazer libertar o meu Ser.

Gritaremos com paixão todo o prazer,
Gritaremos com mais força o momento,
Em que a alma se liberta do dever,
De no corpo permanecer com alento.

sábado, agosto 26, 2006

Isso não é nem cachecol nem lenço


Foto de : Gabriele Rigon

Isso não é nem cachecol nem lenço,
É a indicação secreta do Paraíso,
Deixada em ti de modo suspenso,
Indicando um caminho preciso.

Mas não marcharei em linha recta,
Sendo que o caminho é caprichoso,
Com certeza alcançarei essa meta,
Nesse difícil caminho gostoso.

Por isso vou-te vestir de saliva,
Deixarei a marca dos meus dentes,
A sombra dos dedos como presentes,
Duma excitação que será exaustiva.

Rasgaremos os corpos incandescentes,
Ao deixar-mos a paixão à deriva,
Gritaremos as palavras indecentes,
Como amantes, em forma narrativa.

quarta-feira, agosto 23, 2006

E deste fogo, morro de prazer


Foto de : Jethro Soudant

Passeio de carro, a serra subo,
O desejo pouco a pouco incubo,
Iluminado pela lua, vou ao rubro,
E sob a noite prata redescubro,

Essa tua bela coxa maravilhosa,
Sobre ela me passeio fervilhando,
E como o carro, subo a serra famosa,
Chegamos ambos ao cume, e abrando.

À boca levas, pela mão, o meu travão,
Podes travar e arrancar como querer,
E nesse vai e vêm não travo o Gemer,
Puro e simples que acelera o coração.

Abeiras-te neste exíguo espaço,
Aconchegas-te para o prazer receber,
E no teu aconchego me satisfaço,
E deste fogo, morro de prazer.

domingo, agosto 20, 2006

O Prazer do derrotado


Foto de: Gabriele Rigon

Gosto de me sentir serpente, e em ti,
Enrolo-me para apertar-te lentamente,
Renovo as forças da batalha que perdi,
E pouco a pouco cresço simplesmente,

Colocas sempre o meu mundo às avessas,
Com as tuas diabruras, e com esse fogo,
Que nunca acaba, com o qual me confessas,
Os prazeres infindáveis do teu jogo.

E nos montes que cercaram o vencido,
De novo a batalha, e de novo saciado
Saí da batalha derrotado, reduzido,
Mas tudo bem amor, sou teu bem-amado,

Levarei como vestígios, os teus aromas,
Os prazeres e o terno amarrotado,
A serenidade do desejo, e os enigmas.
De ter morrido, na batalha do derrotado.

quinta-feira, agosto 17, 2006

Morrer de excitação


Foto de : Gabriele Rigon

Hoje quero-te, como salada de frutas,
Degustar por inteiro o divinal sabor,
Percorrer-te nas alturas, nas grutas,
Entre as delícias do prazer e fervor.

Essa boca vermelha, é morango maduro,
O toque acende a chama da minha vela,
Mesmo perdido ou quando sou inseguro,
No morango pinto o quadro d'aguarela.

Os teus seios duros como peras rocha,
Fazem do prazer momentos de carícias,
Lambidelas e chupões de quem se acha
Eterna criança beijando sem malícias.

Na tua primavera, onde quero brincar,
Na linha da imaginação, que perdição,
Em teu vale flor, botão rosa trincar,
E na penetração, morrer de excitação.

segunda-feira, agosto 14, 2006

Em contramão


Foto de : Jörn Stubbe


Não entendo essa forma estranha,
Cessa de enrubescer e recear,
Não negues o prazer Paulinha,
Por onde se perde o cear.

O membro, já o tenho na mão,
Já erguido, este foragido,
Quer-te junto ao corrimão,
E gritar o prazer contido.

E por isso, dança docemente,
Com cuidado principalmente,
Pois quero que voltes a sentar,

Para voltar a perder-me de novo,
Quando a casa chegar renovo,
Todos os votos para te contentar.

sábado, agosto 12, 2006

Uma Fala Estranha.


Foto de: Joe Gantz

Adoro quando falas tudo e não entendo,
Ficas possuída pelos sons proferidos,
Que idioma é esse, dito assim gemendo?
Nos sussurros, nos grunhidos, nos gemidos?

Esse teu vale em flor irá implorar?
Que te sugue por uma ou mil maneiras?
Deverei então me conter ou continuar?
Planto a Palmeira junto das ribeiras?

O corpo ardendo, tremendo, vai rebolando,
E o falo de que falo, na tua mão a implorar,
É cego, mas vê o desejo do que estou falando,
Pois cego, cabeceando, quer tudo explorar.

No chuveiro, no sofá, onde ficar o lazer.
Mesmo que fosse fechado numa marquesa,
Na cama, no chão ou em cima da mesa.
Amemos pois, os dois, com todo o prazer.

quinta-feira, agosto 10, 2006

Toque, toques, sempre o toque.


Foto de: Phil Rose

Toque, toques, sempre o toque,
Do abafo, do afago, da malícia,
Do amor, da paixão, do retoque,
Esmagador esse toque de delícia.

Boca, Bocas, descontroladas,
Desvairadas, cheias de fome,
Das trincas, queremos saciadas,
Desabafo, do meu e teu nome.

Corpo, corpos, incandescentes,
Ardente volúpia, em combustão
Assimetria alinhada que sentes,
Que chora, implora o encontrão

Cheiro, Cheiros, aromas proibidos
Impregnando o espaço de amor,
Olfactos em alerta. Ora perdidos,
Ora encontrados, desse amor em ardor.

Grito, Gritos, sempre soltos,
Implorantes, excitantes, a voz,
Da liberdade, corpos em assaltos,
Tumultos soltos d'amor feroz.

Toque, toques, sempre o toque,
Mudo, Cego, Surdo, Delirante,
Que a morte ao chegar fulminante,
Era morrer de prazer desse choque.

Toque, toques, sempre o toque.
Do abafo, do afago, da malícia.

segunda-feira, agosto 07, 2006

A Arte da Guerra.




Meu filho perdoa-me por favor,
Já nem voz tenho para te chorar,
Contigo morro para calar a dor,
Iremos os dois a Deus implorar.

O inquieto desejo desta tortura,
Que anima os homens para a guerra,
Que Seja ambição de pouca dura,
E que de sangue não mate a terra.

Orar para seus filhos não matarem
Os seus filhos, já perdi a esperança.
Perdoa-me a fraqueza deste momento,
Já viver não quero, nesta matança.

Meu filho perdoa-me por favor,
De não te ter podido salvar,
Esta dor não irei mais carregar,
A ti entrego meu Deus, este meu amor.

sábado, agosto 05, 2006

Sensação

Menos um Butão, mais um chupão,
Mãos descontroladas, endiabradas,
Outro apertão, a blusa no chão,
Rodopios em formas desequilibradas.

As bocas coladas, apaixonadas,
Respiração ofegante, sensação,
As mãos percorrem desenfreadas,
Não controlando mais o coração.

Membros loucos que se tocam,
Cresce a excitação, agitando,
E na pele da cama, beliscam,
E os prazeres vão gritando.

A minha língua faz-te dançar,
A tua, a magia de enlouquecer,
O meu corpo faz estremecer,
Neste momento de balançar.

Este balançar maravilhoso,
Entrega ao frenesim enlouquecido,
Transforma este vicio guloso,
Num êxtase não mais contido.



Foto de:
Piotr Kowalik

quarta-feira, agosto 02, 2006

Sonho de Verão

Sabes, talvez não saibas, mas,
oiço o teu coração bater, e o meu,
pula de alegria, quando te sente junto.

Nessa eterna ternura, do infindável abraço,
desse momento que jamais é longo,
por muito longo que seja.

E as tuas palavras? Haaaa, todas elas mágicas.
Quando as oiço, o meu mundo fica preenchido,
são inúmeros contos de fantasia que criam,
onde a personagem principal és tu.
Só podia...

Sabes,
Sempre gostei de te beijar,
depois de saíres desse horizonte azul,
O teu corpo gelado,
contrastava com o calor da tua língua,
com um ligeiro toque a sal.

Não consigo esquecer esse gosto...

Nem desse, nem do teu atrevimento,
quando me arrastavas de volta,
para o azul frio.
Sempre aquela horrível sensação de quem
vai ser criogenado, mas, logo passava.

Logo que as tuas coxas me envolviam,
depois de se libertarem da opressão
da civilização, sentia a natureza.

Um vulcão em erupção que se acoplava
junto do meu ventre, queimando-me com
o seu magma.

Sabes,
Sempre foi bom essa tua rebeldia,
Os teus risos ainda ecoam na minha cabeça,
muitas vezes trazidos pela brisa,
vem juntos com os sussurros de prazer,
abafados pelas vagas.

Ainda sinto os teus bicos erectos contra
o meu peito, e o teu movimento de ancas,
em sintonia com as vagas, que me envolviam,
onde cada carícia se transformava em saudade.
e em cada saudade, a entrega de dois corpos,
ousando a plenitude do amor.

Por momentos,
A vertigem percorria todo o meu corpo,
estava em lugar nenhum, em tempo incerto,
sentir-te era o mesmo que ser invadido,
por indescritíveis sentimentos.
Nesses momentos o tempo dilatava,
não existia nada, nesse azul mar,
apenas eu tentando te amar.



Foto de:
favina

sexta-feira, julho 28, 2006

Tempestade de amor

Fora atraído pela tua humidade,
Esse teu estado leva-me à loucura.
Sinto-te a milhas, minha saudade,
De ti sinto fome, minha frescura.

Toque Mágico, dos dedos de seda,
Electrifica-me, faz-me fervilhar,
Desse desejo abismal, e da queda,
Que brevemente iremos partilhar.

A minha boca desbrava a tua flora,
O teu corpo não se cala, implora,
Grita, contorce-se em cada gemido,

Prazer sentido, de lábios a lábios,
Antigos segredos d'outrora sábios,
Deleitados num clímax engrandecido.



Foto de:
X.Maya

quarta-feira, julho 26, 2006

Meu Amor...

Amor, é a palavra que me ilumina,
Quando sussurrada junto ao ouvido,
Coreografia de lábios que domina,
Incendeias minh'alma, sou vencido.

Teu toque, consome-me num segundo,
Rouba a razão, fico sem orientação,
Estremeço de novo, abalo o mundo,
Resistir? Insensatez, esforço vão.

Sinto como este amor me apetece,
Dos momentos em que me enlouquece,
Nos encontros de prazer ardente,

E sofregamente a ti me entrego,
Nada mais vejo, por ti sou cego,
Ardo amor, por amar-te eternamente.




Foto de:
Piotr Kowalik

domingo, julho 23, 2006

Amando-te...

Percorro cada recanto de teu corpo,
Acabando sempre por me perder, em ti
Fico zonzo, sem rumo, um pouco tropo,
Do cheiro perfumado, do prazer, de ti.

Inclinas-te, para receber o prazer,
As pernas facilitas, desejo permanece,
Tua entrada acolhe-me, sinto-te gemer,
Deslizando entre nádegas, desaparece,

Num vai e vem, como sendo interminável,
Cresce o prazer de forma inexplicável;
Tumultos já pressinto, vindo devagar,

Chega a felicidade que te contorce,
O prazer infindável que nos retorce,
Meu amor, só tu assim, me sabes amar.



Foto de:
Natasha Gudermane

quinta-feira, julho 20, 2006

Maravilhosa Gail...

Acordo-me de um estranho despertar,
Toco-te tantas vezes sem te alcançar,
Sinto-te constantemente sem te ter,
Deixas-me a paixão n'alma a ferver.

A barreira ergue-se, de tal jeito,
E no diminuto tempo, a dor no peito,
Rasgando o corpo para se libertar,
Desse meu desejo por se realizar.

Mas a tristeza e a saudade maldita,
Desta nossa vida ninguém ressuscita.
Como é possível continuar a viver?

Trago em minh'alma o sentir frustrado,
Por nunca te ter tido ao meu lado,
De não poder amar-te antes de morrer.



Foto de:
Gavin O'Neill

terça-feira, julho 18, 2006

Esperando...

Multidão, essa mancha cinzenta,
Nada fixo nesse mar de gente,
Como formigas, de passos sedenta,
Trazem o mundo, que não se sente.

Emerges, alma grita, fico rouco,
Dessa tempestade de mar que cega,
Zumbidos erráticos, a paz me nega,
E que pouco a pouco me deixa louco.

Tudo por dois dedos de conversa,
Onde o tempo deixa de ter pressa,
Colocar a tua mão em minha alma,

E sentir o amor e a paz sem fim,
Por finalmente te ter junto a mim,
Muda a tempestade em onda calma.



Foto de:
Carla Maio

segunda-feira, julho 17, 2006

Querida Súlia...

Súlia, tua boca, fonte endiabrada,
Ainda tenho no corpo a marca deixada,
Dessa muda língua, que tanto arfava,
E quando deslizava sulcava danada.

Ouve meu coração descompassado,
Corre, como um demónio enlouquecido,
Bate, como um batuque desenfreado,
Vai gritando por teu amor aquecido.

O teu corpo sarapintado de cores mil,
Esperando ansiosamente o pincel febril,
Nas lânguidas horas crescendo d'ardor.

Lindo o quadro pintado sob arquejos,
Dançado com movimentos de desejos,
Consumindo em silêncio nosso amor.



Foto de:
Floris Andrea

domingo, julho 16, 2006

A minha amiga Inês

A tomar conta da sobrinha,
Estava a minha amiga Inês,
Ao fim de semana, todo o mês,
Trata de uma bébé bonitinha.

Em sua mão uma rosa tinha,
Estendida para todos verem,
Cheirosinha e vermelhinha,
Por sua ser, valia umas cem.

Talvez aqui não se encontre,
Fico eu sem saber, ou aonde,
Pois... sempre me responde.

Finalmente, ela vem me atender,
E disse... passara uma eternidade,
A bébé, tinha ido adormecer.



Foto de:
MIchel Craipeau

sábado, julho 15, 2006

Sou teu prisioneiro.

O teu ser, o vento acariciava,
Erguia torres em tuas naturezas,
O doce mel sobre as maciezas,
Que minha língua serpenteava.

Minhas mãos, por ti aprisionadas,
E como, o vento, em ti vagueavam,
Entre montes e vales, condenadas,
Com o prazer as graças semeavam.

Sentimos o crescente arquejo,
Aprisiona-nos o ardente desejo,
Nosso amor não murcha, não cansa,

A lava que de paixão nos queima,
O laço poético nos corpos rima,
O quadro pintado de esperança.



Foto de:
Gavin O'Neill

quarta-feira, julho 12, 2006

O nosso amor.

Reflectindo na pele, teu rio sua,
Teus olhos gritam, boca crua,
Teu corpo em pedaços, toda nua,
Fragrâncias de luz fogem da lua.

De luz adornando tua silhueta,
Líquida história te desenha,
Louca te percorre como uma seta,
Cobrindo-te de forma estranha.

Luz traquina de espelho partido,
Nas águas reflectem esse teu rio,
Meu corpo vibrante, enlouquecido,
Salta sobre o teu escorregadio.

E por um momento o mundo pára.

A lua cega pelo brilho solar,
Nem os passarinhos a chilrar,
Nem o vento feroz a assobiar,
Apenas tu sobre meu abraçar.

A Lua testemunha cega no alvor,
Ouve a exuberância da existência,
De dois corpos dançando no calor,
Da mais bela tórrida noite d'amor.



Foto de:
Ralph Man

terça-feira, julho 11, 2006

Noite de luar

A noite evoca o sentimento,
Lembra-me meu amor na janela,
Leve como o toque do vento,
Cheirosa, decotada e bela.

A pele sobre o luar a brilhar,
Longe tocava uma bela sonata,
Por esse amor só queria gritar,
Era minha bela chuva de prata.

Os olhos fecham lembrando-a ainda,
E o vento à minha amada cheira,
Quando a lua, como ela, se faz linda.

Oh! Pobre Lua, não fiques com ciúme,
Mas é o vento, este amigo traquina,
Que consigo traz um antigo perfume.



Foto de:
Pascal Baetens

segunda-feira, julho 10, 2006

O Falso amor é tormento.

Sobejamente saboreia,
Sozinho em silêncio,
Sonhador sem semente,
Sente o sorriso.

Solitário e sombrio.
Sendo seu senhorio.
Senhor sem sensações,
Sentimentos sinistros.

Somente sofrendo,
Saudade saqueada,
Sensualmente a serpente,
Satisfaz o seu sofrer.

Sem ser socorrido,
Seu ser simplesmente,
Sequer sobreviverá,
Sustentando o sonho.

Sangrando até secar,
Sobre o solo servente,
Silenciado na sombra,
Sob a serra serena.

Sepultado sem sorte,
Só na solidão...



Foto de:
More Altitude's

domingo, julho 09, 2006

Apenas por um momento - II

Se por um momento eu tivesse,
Um controlo remoto universal,
Meu infortúnio seria benesse,
E toda a vida circunstancial.

Poder parar no momento certo,
Fragmentos preciosos de vida,
Os bons momentos a descoberto,
Os maus jamais seriam ferida.

Andar para trás quando errado,
E para frente se não interessa,
Como seria bom ter esse aliado.

Aperto Pausa quando é frenesim,
Ou no Standby se cansado ficar,
De volta ao Play, se no camarim.




Foto de:

Redjar

sábado, julho 08, 2006

Louco por ti

Testando sempre minha lealdade,
Meu corpo é teu, e minha vontade.
O desejo que me invadas com amor,
Nas línguas envolvidas com furor.

Minha fome por ti, é insaciável,
O teu sexo por mim muito rogado,
Minha sede por ti inimaginável,
O meu desejo em ti enclausurado.

Escorrendo em prazer ilimitado,
Anseia minha alma sempre ardente,
Nossos corpos em delírio acoplado,
Explodem num orgasmo plenamente.

Meu sangue por ti corre louco,
Minha alma por ti se incendeia.



Foto de:
BJÖRN OLDSEN

sexta-feira, julho 07, 2006

Amor sem dor

Existe algo maior que o amor?
Algo tão grandioso sem essa dor?
Junto ao abismo tão intensamente,
Me perguntara idealisticamente.

Misericordiosissimamente,
O vento me sussurrava assim.
Maior que o amor contundente,
Só o amor sem grande frenesim.

Esse amor na complementaridade,
Com naturalidade por aí existe,
Graciosamente vence a brutalidade,
Muito raramente o deixará triste.

Olha, e descobrirás na amizade,
Esse 'amor', essa grande verdade.



Foto de:
Rui Bonito

terça-feira, julho 04, 2006

Bela Fenda...

Alguêm que não Eu um dia disse...
"O homem leva nove meses a tentar sair de um buraquinho, e passa o resto da vida a tentar entrar de novo nele."
E por concordar, deixo aqui meu testemunho...


Por sua grandiosa nobreza,
Por ser a Fonte de vida,
Eu agradeço concerteza,
Em mim ter sido envolvida.

Essa bela Gruta da Natureza,
Esse belo Espaço de lazer,
Transforma o mole em dureza,
Sendo a maior fonte de prazer.

Essa bela Fenda sempre honrada,
Pois ninguêm com seu labuto,
Tenha ocupado muito ou nada,
Raramente escapa sem tributo.

Aqueles que não o têm fiel,
Podem sempre se prostar,
Provando seu maravilhoso mel,
Não terão nada a reclamar.

Para muitos pequeno jardim,
De preferência nunca plantado,
É mais procurado que Marfim,
Pois o primeiro não é superado.

A História nunca encerra,
Nessa bela e vistosa covinha,
Seja de Rainha ou da vizinha,
Ainda é causa de muita guerra.

Seja de amor ou de apaixonado,
É para muitos um fruto endiabrado,
Seja de pé, de quatro ou sentado,
Todos querem o seu bem plantado.



Foto de:
X. Maya

Apenas por um momento

Sim, apenas por um momento,
Se a coragem tivesse tido,
De revelar meu sentimento,
Nosso amor teria vivido.

Sim, apenas por um momento,
Se pudesse atrás voltar,
A vida teria novo alento,
Por meu amor se manifestar.

Sim, apenas por um momento,
Pudesse esquecer este lamento,
Pudesse viver sem sofrimento,
Nosso amor teria um rebento.

Sim, apenas por um momento,
Queria que tudo fosse correcto,
Pudesse ao amor fazer o juramento,
Para o futuro não percorrer incerto.

Sim, apenas por um momento,
Eu ter-te-ia então amado,
E contigo elevar-me-ia decerto,
Meu grande amor imaginado.




Foto de:
M. Lima

domingo, julho 02, 2006

Amar-te noite dentro

Puxo-te contra mim, a noite dorme,
Lindos morangos coroam teus seios,
Encontram-se rígidos e têm fome,
Minha boca os alimenta sem receios.

Quem será prisioneiro de alguém,
Nas suaves carícias já embriagadas,
Onde tua mão sequiosa vai mais além
E tua boca se perde em encruzilhadas.

Tudo me causa um voluptuoso frémito,
O clarão de prazer acorda a noite,
E na estreita senda de prazer permito,
Que como tu também a noite se afoite.

Minha coxa entre as tuas a certa altura,
Sinto-te agitar agora com mais violência,
Cedes-me passagem cercando minha cintura,
A noite testemunha nossa existência.

Fazes atingir o último grau de prazer,
E eu não quero parar sem te satisfazer,
Nem que de novo a noite tenha de refazer,
Só para te ver contorcer e ouvir gemer.





Foto de:
Gavin O'Neill

terça-feira, junho 27, 2006

Mulher

Ah... Coisa ruim, e tão gostosa,
Minha desgraça tão preciosa,
Loucura total, vil prosa,
Ilusão constante e carinhosa.

A dor que me fazes sentir,
O desejo proíbido do teu corpo,
És a tentação que finge vir,
És a promessa que não encontro.

Luto com ondas de rimas,
Abismo temperado de sal dor,
O Atlântico, mar de lágrimas,
Não condimenta o nosso amor.

Provocado pela ânsia.
Mergulho de atrevimento,
Mas afogado pela distância,
Que tanto provoca o tormento.

Como desejo atravessar,
Para nadar em teu corpo,
Mergulhar-te para amar
Animado por teu sopro.

Ah... Esse corpo em movimento,
Como Sonho em nadar assim,
Vem mulher, e por esse momento,
Traz o desejo e o frenesim.



Foto de:
gavin o'neill

sábado, junho 17, 2006

Memórias

Onde se encontra a minha lembrança,
Dos dias felizes em que era criança,
Onde terei escondido essa herança,
Guardada para dias de pouca esperança.

Actos tresloucados sem peso e medida,
De tórridas noites de juventude,
Desse sabor de mulheres com atitude,
Das aventuras audazes mil vezes repetida.

Pensamento solto que vai e volta,
Vai e volta como um turbilhão.
Fazendo do silêncio uma revolta,
A revolta que dilacera meu coração.

O silêncio gemendo infinitivamente,
Transformando o pensamento em dor,
Das artérias o sangue ardentemente,
Vai queimando as memórias de cor.



Foto de:
Carguin

quinta-feira, junho 08, 2006

Paz ou 666

Doce melodia que me invade os sentidos,
Ondas que me sustêm e que me deixam ver,
A paz que este mundo deveria merecidos,
Mas a cegueira do homem a fez perecer.

Algo de grave outrora foi cometido?
E a prestações com sangue pagamos?
Para este castigo ter sem sentido?
Diz-nos Deus, onde foi que erramos?

Não, não quero ler a partir do homem,
De meu semelhante sei das campanhas,
Seus escritos à muito que reprimem,
Conheço suas manhas e artimanhas.

Se assim somos desde a aurora,
Destinados a morar nas entranhas,
Enquanto esse destino demora,
Cometemos nossas belas façanhas.

Se à Tua imagem e semelhança germinados,
Teus genes em nós disseminados,
Teus mistérios em nós desgovernados,
À partida somos pobres vaticinados.

Então porque te cantam a salvação?
Será que o teu filho morreu em vão?



Foto de:
Piet den Blanken

sábado, junho 03, 2006

Nasci...

O dia Nasce e eu também, até corei,
A luz dividia o dia quando acordei,
De olhos esbugalhados levantei,
E sobre a falsa chuva me prostrei.

E pensei...

Trinta e oito vezes espreitei,
Girando em torno do Astro Rei,
Na dança dos dias encontrei,
A Terra e Mar que beijei.

Meio caminho esquecido,
Meio caminho por encontrar,
Meio caminho vivido,
outro meio por amar.

É todo um passado exilado,
É todo um futuro enevoado,
É a marca de um passo dado,
E outro passo destoado.

Pela estrada da vida vou continuar,
Até Deus Todo Poderoso consentir,
Que me dê força para não desanimar,
E toda a coragem para me divertir.



Foto de:
Qoucher's