quarta-feira, agosto 30, 2006

Fogo sinto em mim, são labaredas


Foto de Lany Costa


Fogo sinto em mim, são labaredas,
Que gretam a minha língua e boca,
Preciso de ti agora, minha louca,
Afogar-me em ti, que me embebedas.

És o meu afrodisíaco intemporal,
A minha musa, és o meu império,
Feliz quando penetro o teu mistério,
De brando viro logo em temporal.

Vem amor, que me encontro a arder,
Deixa-me tactear os teus contornos,
Deleitar-me nos teus seios mornos,
E desse prazer libertar o meu Ser.

Gritaremos com paixão todo o prazer,
Gritaremos com mais força o momento,
Em que a alma se liberta do dever,
De no corpo permanecer com alento.

sábado, agosto 26, 2006

Isso não é nem cachecol nem lenço


Foto de : Gabriele Rigon

Isso não é nem cachecol nem lenço,
É a indicação secreta do Paraíso,
Deixada em ti de modo suspenso,
Indicando um caminho preciso.

Mas não marcharei em linha recta,
Sendo que o caminho é caprichoso,
Com certeza alcançarei essa meta,
Nesse difícil caminho gostoso.

Por isso vou-te vestir de saliva,
Deixarei a marca dos meus dentes,
A sombra dos dedos como presentes,
Duma excitação que será exaustiva.

Rasgaremos os corpos incandescentes,
Ao deixar-mos a paixão à deriva,
Gritaremos as palavras indecentes,
Como amantes, em forma narrativa.

quarta-feira, agosto 23, 2006

E deste fogo, morro de prazer


Foto de : Jethro Soudant

Passeio de carro, a serra subo,
O desejo pouco a pouco incubo,
Iluminado pela lua, vou ao rubro,
E sob a noite prata redescubro,

Essa tua bela coxa maravilhosa,
Sobre ela me passeio fervilhando,
E como o carro, subo a serra famosa,
Chegamos ambos ao cume, e abrando.

À boca levas, pela mão, o meu travão,
Podes travar e arrancar como querer,
E nesse vai e vêm não travo o Gemer,
Puro e simples que acelera o coração.

Abeiras-te neste exíguo espaço,
Aconchegas-te para o prazer receber,
E no teu aconchego me satisfaço,
E deste fogo, morro de prazer.

domingo, agosto 20, 2006

O Prazer do derrotado


Foto de: Gabriele Rigon

Gosto de me sentir serpente, e em ti,
Enrolo-me para apertar-te lentamente,
Renovo as forças da batalha que perdi,
E pouco a pouco cresço simplesmente,

Colocas sempre o meu mundo às avessas,
Com as tuas diabruras, e com esse fogo,
Que nunca acaba, com o qual me confessas,
Os prazeres infindáveis do teu jogo.

E nos montes que cercaram o vencido,
De novo a batalha, e de novo saciado
Saí da batalha derrotado, reduzido,
Mas tudo bem amor, sou teu bem-amado,

Levarei como vestígios, os teus aromas,
Os prazeres e o terno amarrotado,
A serenidade do desejo, e os enigmas.
De ter morrido, na batalha do derrotado.

quinta-feira, agosto 17, 2006

Morrer de excitação


Foto de : Gabriele Rigon

Hoje quero-te, como salada de frutas,
Degustar por inteiro o divinal sabor,
Percorrer-te nas alturas, nas grutas,
Entre as delícias do prazer e fervor.

Essa boca vermelha, é morango maduro,
O toque acende a chama da minha vela,
Mesmo perdido ou quando sou inseguro,
No morango pinto o quadro d'aguarela.

Os teus seios duros como peras rocha,
Fazem do prazer momentos de carícias,
Lambidelas e chupões de quem se acha
Eterna criança beijando sem malícias.

Na tua primavera, onde quero brincar,
Na linha da imaginação, que perdição,
Em teu vale flor, botão rosa trincar,
E na penetração, morrer de excitação.

segunda-feira, agosto 14, 2006

Em contramão


Foto de : Jörn Stubbe


Não entendo essa forma estranha,
Cessa de enrubescer e recear,
Não negues o prazer Paulinha,
Por onde se perde o cear.

O membro, já o tenho na mão,
Já erguido, este foragido,
Quer-te junto ao corrimão,
E gritar o prazer contido.

E por isso, dança docemente,
Com cuidado principalmente,
Pois quero que voltes a sentar,

Para voltar a perder-me de novo,
Quando a casa chegar renovo,
Todos os votos para te contentar.

sábado, agosto 12, 2006

Uma Fala Estranha.


Foto de: Joe Gantz

Adoro quando falas tudo e não entendo,
Ficas possuída pelos sons proferidos,
Que idioma é esse, dito assim gemendo?
Nos sussurros, nos grunhidos, nos gemidos?

Esse teu vale em flor irá implorar?
Que te sugue por uma ou mil maneiras?
Deverei então me conter ou continuar?
Planto a Palmeira junto das ribeiras?

O corpo ardendo, tremendo, vai rebolando,
E o falo de que falo, na tua mão a implorar,
É cego, mas vê o desejo do que estou falando,
Pois cego, cabeceando, quer tudo explorar.

No chuveiro, no sofá, onde ficar o lazer.
Mesmo que fosse fechado numa marquesa,
Na cama, no chão ou em cima da mesa.
Amemos pois, os dois, com todo o prazer.

quinta-feira, agosto 10, 2006

Toque, toques, sempre o toque.


Foto de: Phil Rose

Toque, toques, sempre o toque,
Do abafo, do afago, da malícia,
Do amor, da paixão, do retoque,
Esmagador esse toque de delícia.

Boca, Bocas, descontroladas,
Desvairadas, cheias de fome,
Das trincas, queremos saciadas,
Desabafo, do meu e teu nome.

Corpo, corpos, incandescentes,
Ardente volúpia, em combustão
Assimetria alinhada que sentes,
Que chora, implora o encontrão

Cheiro, Cheiros, aromas proibidos
Impregnando o espaço de amor,
Olfactos em alerta. Ora perdidos,
Ora encontrados, desse amor em ardor.

Grito, Gritos, sempre soltos,
Implorantes, excitantes, a voz,
Da liberdade, corpos em assaltos,
Tumultos soltos d'amor feroz.

Toque, toques, sempre o toque,
Mudo, Cego, Surdo, Delirante,
Que a morte ao chegar fulminante,
Era morrer de prazer desse choque.

Toque, toques, sempre o toque.
Do abafo, do afago, da malícia.

segunda-feira, agosto 07, 2006

A Arte da Guerra.




Meu filho perdoa-me por favor,
Já nem voz tenho para te chorar,
Contigo morro para calar a dor,
Iremos os dois a Deus implorar.

O inquieto desejo desta tortura,
Que anima os homens para a guerra,
Que Seja ambição de pouca dura,
E que de sangue não mate a terra.

Orar para seus filhos não matarem
Os seus filhos, já perdi a esperança.
Perdoa-me a fraqueza deste momento,
Já viver não quero, nesta matança.

Meu filho perdoa-me por favor,
De não te ter podido salvar,
Esta dor não irei mais carregar,
A ti entrego meu Deus, este meu amor.

sábado, agosto 05, 2006

Sensação

Menos um Butão, mais um chupão,
Mãos descontroladas, endiabradas,
Outro apertão, a blusa no chão,
Rodopios em formas desequilibradas.

As bocas coladas, apaixonadas,
Respiração ofegante, sensação,
As mãos percorrem desenfreadas,
Não controlando mais o coração.

Membros loucos que se tocam,
Cresce a excitação, agitando,
E na pele da cama, beliscam,
E os prazeres vão gritando.

A minha língua faz-te dançar,
A tua, a magia de enlouquecer,
O meu corpo faz estremecer,
Neste momento de balançar.

Este balançar maravilhoso,
Entrega ao frenesim enlouquecido,
Transforma este vicio guloso,
Num êxtase não mais contido.



Foto de:
Piotr Kowalik

quarta-feira, agosto 02, 2006

Sonho de Verão

Sabes, talvez não saibas, mas,
oiço o teu coração bater, e o meu,
pula de alegria, quando te sente junto.

Nessa eterna ternura, do infindável abraço,
desse momento que jamais é longo,
por muito longo que seja.

E as tuas palavras? Haaaa, todas elas mágicas.
Quando as oiço, o meu mundo fica preenchido,
são inúmeros contos de fantasia que criam,
onde a personagem principal és tu.
Só podia...

Sabes,
Sempre gostei de te beijar,
depois de saíres desse horizonte azul,
O teu corpo gelado,
contrastava com o calor da tua língua,
com um ligeiro toque a sal.

Não consigo esquecer esse gosto...

Nem desse, nem do teu atrevimento,
quando me arrastavas de volta,
para o azul frio.
Sempre aquela horrível sensação de quem
vai ser criogenado, mas, logo passava.

Logo que as tuas coxas me envolviam,
depois de se libertarem da opressão
da civilização, sentia a natureza.

Um vulcão em erupção que se acoplava
junto do meu ventre, queimando-me com
o seu magma.

Sabes,
Sempre foi bom essa tua rebeldia,
Os teus risos ainda ecoam na minha cabeça,
muitas vezes trazidos pela brisa,
vem juntos com os sussurros de prazer,
abafados pelas vagas.

Ainda sinto os teus bicos erectos contra
o meu peito, e o teu movimento de ancas,
em sintonia com as vagas, que me envolviam,
onde cada carícia se transformava em saudade.
e em cada saudade, a entrega de dois corpos,
ousando a plenitude do amor.

Por momentos,
A vertigem percorria todo o meu corpo,
estava em lugar nenhum, em tempo incerto,
sentir-te era o mesmo que ser invadido,
por indescritíveis sentimentos.
Nesses momentos o tempo dilatava,
não existia nada, nesse azul mar,
apenas eu tentando te amar.



Foto de:
favina