terça-feira, novembro 21, 2006

O teu corpo arde, labaredas em festa.


Foto de Sandra Brito

O teu corpo arde, labaredas em festa,
Em cada afago soltam-se centelhas mil,
E junto ao teu fogo, deliro já febril,
Entrando de rompante, o Ser que resta,

Não quero saber de jogos de sedução,
Descontroladamente a situação inverte,
De escravo a mestre, sem educação,
Tua chama se inflama, e isso me diverte.

E em cada labareda que me trespasse,
São sinais que fogem mil mensageiros,
Anunciando-me momentos derradeiros,
Onde farás a entrega do teu disfarce.

Nesses mistérios, suados pelo querer,
Num refúgio em chamas, queimam de prazer.

quarta-feira, novembro 08, 2006

Toca infinitamente, que desgosto.


Foto de Carla

Toca infinitamente, que desgosto,
Perdem-se as palavras sussurrantes,
Impõe-se o silêncio a dois amantes,
Fica o sentimento d'amor sem rosto.

Faz tempo que não te falo meu Amor,
E no fim da linha fica a perdição,
E a droga que me deixa sem temor,
Sabes, por ti sou louco de paixão.

E no fim dessa linha agora perdida,
Fica a mão suspensa no mudo telefone,
Algemada pelo tempo, abrindo a ferida,
E com a tua ausência aumenta a fome.

Aumenta o sentimento sem sentido,
O beijo sem gosto, o prazer perdido.